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LITURGIA DAS HORAS

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O TRÍDUO PASCAL
O TRÍDUO PASCAL

 

1. Festa anual da Páscoa

Não se pode precisar, mas deve ter sido no século II que, além de continuar celebrando o “primeiro dia da semana” como “o dia do Senhor”, se procurou solenizar, de um modo especial dentro do ano, o domingo concreto que coincidia com a Páscoa da ressurreição, isto é, o primeiro domingo depois da Páscoa judaica, que coincidia com a lua cheia de primavera e na qual Cristo celebrou a última ceia na véspera de sua morte e três dias antes de ressuscitar.

2. O tríduo pascal

No final do século IV, encontramos já organizado um tríduo pascal, que Santo Agostinho recomendava vivamente a seus fiéis.
Formavam, em princípio, o tríduo: a sexta-feira, o sábado e o domingo. É no século VII que o tríduo se inicia com a “Ceia do Senhor” na tarde da quinta-feira, com o que fica ele constituído pela quinta-feira, pela sexta-feira e pelo sábado — aí incluída a vigília pascal.
As três datas formam uma unidade: a celebração do mistério pascal. Com o tempo vai-se perdendo essa perspectiva e cada celebração se torna independente e se recarrega de aspectos secundários.

a) Quinta-feira santa

Na manhã desse dia, celebrava-se a reconciliação dos penitentes. Depois se incorporou a missa crismal em que o bispo consagra os santos óleos e o crisma para as diversas celebrações dos sacramentos. Missa vespertina da ceia do Senhor: com ela tem início a celebração da páscoa cristã. O Senhor celebrara com os seus a última ceia no contexto da páscoa judaica: a comemoração da passagem de Israel pelo mar vermelho. Nesse dia, Cristo inaugura a nova Páscoa, a da aliança nova e eterna, a de seu pão compartilhado e seu sangue derramado, a de seu amor levado ao extremo e do mandato do amor para nós, a de sua passagem pela morte à ressurreição, a Páscoa que devemos celebrar em sua comemoração. Eucaristia, sacerdócio, mandato do amor e nova Páscoa do Senhor são o conteúdo preciso da missa da Ceia do Senhor.
O transporte das formas (hóstias) consagradas à urna, para a comunhão da sexta-feira, inicia no século XIII. O “monumento” (local físico) é elemento acidental, e só encontra sentido em vinculação com o mistério celebrado: agradecimento ao amor de Cristo e oração-reflexão do mistério pascal.

b) Sexta-feira santa

Talvez seja o dia que mais sofreu a desagregação a que fazíamos referência, tendo o sentimento primazia sobre o mistério. A renovação litúrgica restituiu-lhe sua autenticidade. Como vem acontecendo há muito tempo, hoje não se celebra a missa, tendo lugar a celebração da morte do Senhor: o mistério que é celebrado é uma cruz dolorosa e sangrenta, mas ao mesmo tempo vitoriosa e resplandecente. Trata-se de morte, a de Cristo, real e tremenda; mas é passagem a uma vida ressuscitada e eterna. O amor de Deus, que é vida, terá mais poder do que o pecado do homem, que é morte. A celebração incorpora-nos à redenção de Cristo e a seu mistério de salvação universal: pela morte à vida.

Partes da celebração:
Rito inicial: a entrada dos ministros em silêncio e o primeiro gesto da assembleia ajoelhar-se constituem o sinal mais expressivo da seriedade e transcendência desta celebração.
Liturgia da Palavra: o ponto culminante é constituído pela leitura da paixão segundo São João, que é reservada para este dia. Escutamo-la em silêncio e nos ajoelhamos no momento da morte do Senhor.
Oração universal: Jesus morre pela salvação de todos. Por isso, nossa oração, avalizada por seus méritos, é universal.
Adoração da cruz: mostra-se a cruz elevando-a: o Senhor disse que seria “elevado” para a salvação do mundo. Somos exortados a olhá-la: “Olhem a árvore da cruz”, o que supõe contemplarmos aniquilados o mistério. Nossa resposta é a adoração: de prostração aniquilada e agradecida ao mistério do “amor de Cristo levado ao extremo” e de aclamação, porque cremos em seu triunfo salvador.
Comunhão (pão eucarístico reservado no “monumento”) : comungamos com o mistério da cruz que nos salva, com o mistério da cruz na qual sofrem e morrem nossos irmãos, os homens, e com o mistério de nossa cruz que, unida à do Senhor, deve ser redentora.
Despedida: o silêncio é a chave de ouro da celebração.
Procissões, sermões, vias-sacras, imagens… Precisa-se de catequese paciente, mas insistente para vinculá-las com o mistério pascal.

c) A vigília pascal

A festa da ressurreição não tardou a ser precedida de uma vigília de preparação durante toda a noite anterior. Contamos com documentos do início do século III, que apresentam alguns elementos desta celebração, tais como: jejum, oração, eucaristia — e até batismo, com a bênção da “fonte batismal”.
Vão-se acrescentando depois novos elementos: o canto do Exultet, que vemos documentado no século IV; a bênção do círio pascal, no século V… Pouco a pouco, foi-se enriquecendo esta última, que deve ser “a celebração das celebrações” para o cristão, e a que Santo Agostinho denominava “Mãe de todas as vigílias” .

Partes da celebração:
Festa da luz: benze-se o fogo novo e se acende com ele o círio pascal, símbolo da nova vida de Cristo ressuscitado. Solene procissão de acolhida e aclamação ao círio, que culmina com o canto vibrante do Exultet e pregão pascal.
Liturgia da Palavra: proclama as maravilhas de Deus ao longo da história. Propõem-se nove leituras: sete do Antigo Testamento, com os salmos responsoriais correspondentes, e duas do Novo (epístola e evangelho). Dever-se-ão saber adaptar à assembleia tanto o número como a escolha das leituras. De todo o modo, deve-se proclamar sempre a da passagem do mar vermelho.
Momentos exultantes são o canto do glória e do aleluia, que precede o evangelho da ressurreição.
Liturgia batismal: é o grande momento esperado: renascer com Cristo pelo batismo ou renovar nossas promessas batismais e, através delas, nossa incorporação ao Senhor.
Liturgia eucarística: comungamos com o corpo e o sangue do Senhor, com seu sacrifício até a morte e com a sua ressurreição. (Este texto é proveniente do livro de Joaquín Madurga, Celebrar a Salvação — Iniciação à liturgia, Paulus, São Paulo, 1999, pp. 79-83.)