Papa em Fátima
Oração do Papa na Capelinha das Aparições
Salve Rainha, bem-aventurada Virgem de Fátima,
Senhora do Coração Imaculado,
qual refúgio e caminho que conduz até Deus!
Peregrino da Luz que das tuas mãos nos vem,
dou graças a Deus Pai que, em todo o tempo e lugar,
atua na história humana;
peregrino da Paz que neste lugar anuncias, louvo a Cristo, nossa paz,
e para o mundo peço a concórdia entre todos os povos;
peregrino da Esperança que o Espírito alenta,
quero-me profeta e mensageiro
para a todos lavar os pés, na mesma mesa que nos une.
Salve Mãe de Misericórdia,
Senhora da veste branca!
Neste lugar onde há cem anos a todos mostraste
os desígnios da misericórdia do nosso Deus,
olho a tua veste de luz e, como bispo vestido de branco,
lembro todos os que, vestidos da alvura batismal,
querem viver em Deus e rezam os mistérios de Cristo para alcançar a paz
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O nome de Deus é misericórdia
Novo livro do papa Francisco
Francisco aborda um dos seus temas favoritos e projeta desafios que a misericórdia apresenta à Igreja
Lisboa, 12 jan 2016 (Ecclesia) - O novo livro-entrevista do Papa é publicado hoje em 86 países, incluindo Portugal, com o título ‘O nome de Deus é Misericórdia’, reforçando as posições de Francisco sobre a necessidade de uma Igreja de “portas abertas”.
“A Igreja não está no mundo para condenar, mas para permitir o encontro com o amor visceral que é a misericórdia de Deus”, refere Francisco, na entrevista ao vaticanista italiano Andrea Tornielli.
Num dos excertos da obra, divulgado pela Rádio Vaticano, Francisco diz que também o Papa é alguém com “necessidade da misericórdia de Deus” e revela ter uma relação especial com os presos.
“Tenho um especial carinho pelos que vivem na prisão, privados da liberdade. Fiquei muito ligado a eles, por esta consciência do meu ser pecador”, explica, acrescentando que não se sente “melhor” do que aqueles que estão à sua frente.
O Papa apresenta a sua visão sobre a missão da Igreja no mundo, sublinhando que quando “condena o pecado” o faz porque “deve dizer a verdade”.
Ao mesmo tempo, no entanto, “abraça o pecador que se reconhece como tal, aproxima-se dele, fala-lhe da misericórdia infinita de Deus”, à imagem de Jesus, que “perdoou mesmo os que o crucificaram”.
“Seguindo o Senhor, a Igreja é chamada a derramar a sua misericórdia sobre todos os que se reconhecem como pecadores, responsáveis pelo mal que fizeram, que sentem necessidade do perdão”, observou.
Em relação ao ano santo extraordinário que convocou, o Jubileu da Misericórdia (dezembro de 2015-novembro de 2016), Francisco espera que a iniciativa permita fazer emergir um rosto cada vez mais materno da Igreja.
O Papa convida as comunidades católicas a “sair das igrejas e das paróquias” para ir ao encontro das pessoas, onde elas vivem, “sofrem e esperam”.
“A Igreja em saída tem a caraterística de surgir no local onde se combate, não é a estrutura sólida, dotada de tudo”, mas um “hospital de campanha” no qual se pratica uma “medicina de urgência”.
Nesse sentido, deseja que o jubileu extraordinário “faça emergir cada vez mais o rosto de uma Igreja que redescobre as vísceras maternas da misericórdia e que vai ao encontro de tantos feridos necessitados de escuta, compaixão, perdão, amor”.
Após precisar que o pecado é diferente da “corrupção”, porque nesta não existe qualquer “arrependimento”, Francisco fala da “graça” da vergonha, porque permite ter a consciência das falhas e limites de cada um, diante de Deus.
A tradução portuguesa, que inclui a Bula de Proclamação do Jubileu Extraordinário da Misericórdia, é editada pela Planeta.
A obra é apresentada numa sessão em Roma, com a presença do autor, Andrea Tornielli, e do ator e realizador italiano Roberto Benigni, com quem o Papa se encontrou esta segunda-feira, juntamente com Zhang Agostinho Jianqing, um preso chinês na Itália que se converteu ao catolicismo.
OC
Vaticano: Papa apela a compromisso global em defesa da vida e da família
O Papa disse hoje no Vaticano que a comunidade internacional deve promover um compromisso global em defesa da vida e da família.
“É preciso um compromisso comum que inverta decididamente a cultura do descarte e da violação da vida humana, para que ninguém se sinta negligenciado ou esquecido nem sejam sacrificadas mais vidas pela falta de recursos e sobretudo de vontade política”, afirmou Francisco, perante representantes diplomáticos de 180 Estados, incluindo Portugal, bem como da União Europeia, da Palestina e da Ordem Soberana de Malta.
No tradicional encontro de Ano Novo com os embaixadores, o Papa referiu-se à primeira Cimeira Humanitária Mundial, convocada pelas Nações Unidas para o próximo mês de maio, deixando votos de que “possa ter sucesso” para “colocar a pessoa humana e a sua dignidade no coração de cada resposta humanitária”.
A intervenção recordou o Encontro Mundial das Famílias 2015, em Filadélfia (EUA), sustentando que a família “é a primeira e mais importante escola de misericórdia, na qual se aprende a descobrir o rosto amoroso de Deus e onde cresce e se desenvolve a nossa humanidade”.
“Conhecemos os numerosos desafios que, infelizmente, a família tem de enfrentar neste tempo em que está ameaçada pelos crescentes esforços de alguns em redefinir a própria instituição do matrimónio mediante o relativismo, a cultura do efémero, a falta de abertura à vida”, advertiu.
Segundo o Papa, existe hoje um “um medo generalizado” perante os compromissos definitivos que a família supõe, com consequências negativas para “os mais novos, muitas vezes frágeis e desorientados, e os idosos que acabam por ser esquecidos e abandonados”.
Francisco falou também das consequências do “espírito individualista” que leva à indiferença para com o próximo e a ignorar a “humanidade dos outros”.
“Porventura não são estes os sentimentos que muitas vezes nos assaltam à vista dos pobres, dos marginalizados, dos últimos da sociedade? E são tantos os últimos na nossa sociedade”, alertou.
A intervenção renovou as críticas à “cultura do descarte” que sacrifica “homens e mulheres aos ídolos do lucro e do consumo”.
“As pessoas já não são vistas como um valor primário a respeitar e tutelar, especialmente se são pobres ou deficientes, se ‘ainda não servem’ (como os bebés por nascer) ou ‘já não servem’ (como os idosos)”, lamentou.
OC