A vinda dos magos para adorar o Menino Jesus

Comentário a Mt 2,1-12

Os desígnios de Deus são insondáveis, impenetráveis, impenetráveis.

Muitas coisas aconteceram e acontecem no mundo e, humanamente, não têm qualquer explicação, mas Deus faz muito bem feito. A nós, simples criaturas, cabe-nos entregar as nossas vidas nas mãos de Deus e deixarmo-nos guiar por Ele, porque Deus concorre em tudo para o bem daqueles que AMA.

E é assim que devemos interpretar os acontecimentos da nossa vida ou da vida dos outros, sabendo que Deus sempre quer o nosso bem, mesmo quando surgem coisas pouco agradáveis que às vezes nos custam aceitar.

O projecto de Deus é o de        fazer de toda a humanidade uma família em que todos sejam tratados como irmãos. Por isso, para Deus não há raças, não há cores, não há religiões, não há partidos ou diferença alguma entre as pessoas. Quem faz todas essas diferenças somos nós.

A Solenidade da EPifaniaquer explicar-nos isso mesmo: para Deus não faz distinção de pessoas, nem de raças, nem de credos. Todos são iguais. Todos são filhos de Deus. 

Estes magos, que aparentemente, não pertenceriam ao povo eleito foram seduzidos por um astro, guiados por uma estrela que os levou até Jesus. Naquela estrela eles reconheceram o Sinal que os levaria ao sítio certo e deixaram-se conduzir por Deus que os guiou até ao local onde estava o Menino.      Quem os visse diria que eles andavam perdidos, que eram doidos em fazer um caminho tão longo apenas guiados por um astro, mas eles não andavam guiados por mão humana, mas guiados por Deus, conduzidos por Deus.    

Este é o mistério deste dia da Epifania, ou dia de Reis, como habitualmente lhe chamam.   Este é o mistério que S. Paulo nos explica na carta aos Efésios: «Irmãos, por uma revelação, foi-me dado a conhecer o mistério de Cristo. Nas gerações passadas, ele não foi dado a conhecer aos filhos dos homens como agora foi revelado pelo Espírito Santo aos seus santos apóstolos e profetas: os gentios recebem a mesma herança que os judeus, pertencem ao mesmo corpo e participam da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho»( Ef 3,2-3.5-6).

Os magos viram aquele sinal no céu e deixaram-se guiar. Tiveram sofrimento e dificuldades, mas não desanimaram. A recompensa por esta confiança foi a surpresa do encontro como o Senhor Jesus. Muitas vezes, e de muitos modos, a nossa vida também é marcada por sinais que nos podem levar a descobrir em cada um deles a mão carinhos de Deus que nos conduz, nem sempre por um caminho de facilidades e de rosas, muitas vezes com dificuldades, e dores, mas sempre nos conduz até Jesus.

Quando os magos procuravam Jesus em Belém, Ele já lá se encontrava e, tal como os pastores, também eles adoraram o Menino e ofereceram-lhe presentes que simbolizam não só a entrega deles, mas também a grandeza daquele Menino Deus e homem verdadeiro.

Assim nós nos deixemos guiar por Deus para encontrarmos Jesus, mesmo no meio de sofrimento e dificuldades.

Souselas, P. Luís Pinho